Você conhece o MoJo (Mobile Journalism)?
De forma específica, os atuais acadêmicos de jornalismo têm experimentado e incorporado novas tecnologias a fim de montar um diálogo ainda mais preciso com a audiência. Por ser de baixo custo, a geração de conteúdos permite que jornalistas produzam informativos de modo ainda mais fácil e com uma arquitetura horizontal. O público tem uma participação mais aberta e a interação é ainda mais contínua.
Como o profissional se porta diante dessa nova vertente?
A primeira empresa a adotar o MoJo no Brasil foi o Jornal do Commercio de Recife, que criou o Notícia Celular, programa integrado em transmitir conteúdo por meio de aplicativos em dispositivos móveis. Com uma equipe de fotógrafos, jornalistas e cinegrafistas, o Notícia Celular realizava transmissões de notícias por meio de um celular 3G e compartilhava o conteúdo no site do jornal.
Por meio desse exemplo, percebe-se que o jornalista do futuro precisa conhecer o manuseio dessas tecnologias, estudos sobre aplicativos e interação com o público. Os jornalistas do Repórter 3G, do jornal Extra do Rio de Janeiro, adotam técnicas e processos de convergência tanto nas redações quanto nas produções visuais para propagar essas informações em multiplataformas.
Dessa forma, fica claro que o profissional atual precisa conhecer convergência midiática, cultura participativa, estruturas sobre tecnologias móveis e até táticas sobre realidade interativa.
Inovação da Dothcom
Em 2014, o site Diário Digital, afiliado ao R7.com, cliente da Dothcom utilizou uma plataforma específica para a redação chamada de "Redação Mobile", onde os jornalistas usavam smartphones, com sistema de login e senha. Por meio dele, os jornalistas registravam fotos, com breves notícias minuto a minuto sobre as eleições para o governo do Estado, e inseriam o conteúdo diretamente no site, podendo ser acessada pelos leitores, por meio de smartphones, desktops e tablets.
Jornalistas do Diário Digital acessavam plataforma via smartphone por login e senha. Foto: Luciano Muta
Jornalista fotografa e coloca conteúdo em tempo real, dentro do website. Foto: Luciano Muta
Editor vistoriando conteúdo inserido pela plataforma MoJo do Diário Digital, em página especial de eleições. Aumento de acessos em até 40%. Foto: Luciano Muta
A equipe foi a única a colocar em tempo real a votação de candidatos que estavam há mais de 400 quilômetros de distância da Capital no momento em que estavam em sua seções. A plataforma especial ajudou o site a crescer cerca de 30% a 40% em seu acesso, em comparação as eleições anteriores. MoJo veio para ficar? De acordo com Allisa Richardson, professora de Comunicação da Universidade Estadual Bowie (Maryland, EUA), o jornalismo móvel não tende a esquecer as origens tradicionais do jornalismo, mas as coisas precisam mudar e já estão mudando. Não deve-se apenas aproximar as pessoas com a realidade a sua volta, como também deve-se contar histórias a qualquer momento e em qualquer lugar, mesmo em situações ainda difíceis. Não só o aperfeiçoamento dessa vertente jornalística, mas a expansão das redes e a introdução de plataformas ainda mais sofisticadas no mercado fazem com que o MoJo fique ainda mais em evidência.
