Documentário Cercados e  os  bastidores da redação na pandemia

Documentário Cercados e os bastidores da redação na pandemia

Negacionista é um termo usado para definir aqueles que se recusam aceitar verdades desconfortáveis e preferem negar a realidade. A pandemia da Covid-19 em 2020 fez o termo ficar em evidência com grande número de pessoas e governantes minimizando os efeitos do vírus. A situação provocou reações inéditas do jornalismo, como a união dos veículos para mostrar a realidade e combater as Fake News. A rotina frenética e as difíceis tomadas de decisões dos jornalistas nesta situação estão no documentário Cercados. 

A produção lançada pela Globo está disponível na plataforma Globoplay. O documentário Cercados mostra os bastidores da cobertura jornalística durante a pandemia. É um retrato do jornalismo brasileiro. Há imagens da rotina vivida por repórteres em hospitais, cemitérios, no Palácio da Alvorada, em coletivas do Governo Federal e também nas redações.

As imagens mostram o eixo Rio de Janeiro e São Paulo, onde os efeitos da pandemia foram mais alarmantes, considerando o número de vítimas. Manaus e Fortaleza também aparecem. O documentário Cercados expõe principalmente o dia a dia dos jornalistas de Brasília. Eles cobrem as entrevistas do presidente Jair Bolsonaro em frente ao Palácio da Alvorada, em um espaço apelidado de ‘cercadinho.

Críticas ao governo

O documentário Cercados se intitula como um retrato da imprensa contra o negacionismo na pandemia. E, mais do que mostrar a rotina da imprensa na cobertura da pandemia, expõe as decisões do presidente da República, Jair Bolsonaro diante da crise na saúde. Sua posição considerada negacionista no filme.

As imagens se intercalam com os discursos e decisões do presidente, principalmente durante coletivas para a imprensa, quase sempre em tom grosseiro. O documentário Cercados mostra também a decisão dos grupos Globo e Folha de São Paulo de deixar a cobertura do Palácio do Planalto após ameaças de apoiadores do presidente.

A ideia é dar a sensação de imersão na rotina dos jornalistas, desde o repórter de rua ao âncora do jornal. As tomadas de decisão também são evidenciadas, assim como os desabafos dos jornalistas. Destaque é para uma cena do jornalista William Bonner examinando a própria consciência sobre um posicionamento feito no Jornal Nacional. 

União do jornalismo

Em entrevista ao portal Glamurama do UOL, o diretor Caio Cavechini afirmou que a decisão de gravar o documentário surgiu ainda em abril. Era um momento inédito que o país enfrentava e a dificuldade em obter informações oficiais perante ao Governo Federal. Sem grande programação e com breve contato com veículos parceiros, as gravações começaram. 

No início de junho, o jornalismo decidiu se unir de vez. Diante da decisão do Governo de restringir o acesso a dados da pandemia, a Rede Globo, Extra, O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo e Uol decidiram formar um consórcio. Desde então, o grupo de veículos de imprensa é responsável por captar os dados da Covid-19 diariamente nos 27 estados da federação. 

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