Notícias falsas no foco de ações do Google e Twitter
Plataformas digitais estão se movendo para combater as notícias falsas e assim, reverter a má fama. Recentemente, o Google e o Twitter anunciaram a criação de recursos que vão auxiliar os usuários a identificar notícias falsas. Longe de ser proativo, as ações vêm para defender as empresas diante de acusações contrárias.
Estudo realizado pela Universidade de Oxford no ano passado, aponta o Google Ads como grande financiador dos sites de notícias falsas. Mais de 60% desses sites obtêm recursos através dos anúncios do Google. Enquanto que entre os portais de jornalismo profissional, o índice dos que utilizam o recurso é menor, de 59%.
Mitos e Fatos do Google
O Google iniciou 2021 colocando no ar uma nova página. A Mitos e Fatos sobre desinformação reúne explicações sobre o que a gigante da tecnologia faz para combater notícias falsas. Também usa o espaço para desmentir boatos sobre a atuação da empresa em relação às notícias.
Cinco mitos sobre a atuação do Google são explicados. Entre eles, explica que a plataforma não tem capacidade de remover todas notícias falsas da internet. Também fala sobre a transparência, algoritmos e a remuneração por notícias de veículos de jornalismo. Mais do que produzir um conteúdo sobre o tema, a empresa tenta se defender na página.
O Youtube, que pertence ao Google, já adotou a estratégia com página lançada em outubro de 2020. O espaço é dedicado também a desmentir mitos e explicar fatos de como a empresa se comporta em relação a desinformação. Ainda explica sobre a política de entrega de conteúdos, respeitando a liberdade de expressão e a diversidade.
Checagem de fatos no Twitter
O Twitter lançou em janeiro deste ano um projeto piloto chamado Birdwatch para identificar notícias falsas. A ideia é de que os próprios usuários possam classificar as notícias compartilhadas na rede social. Por enquanto as notas estão disponíveis apenas no programa, mas devem chegar aos tweets futuramente.
Em fase de testes nos Estados Unidos, o projeto ainda não tem previsão para chegar ao Brasil e deve ser aprimorado. O Twitter afirma que tem feito entrevistas e unido o digital com ciências sociais e pesquisas para criar um ambiente confiável e útil. Apesar de confusa e bem no início, a empresa afirma que quer combater as notícias falsas e não só agir diante de problemas.
Combate às notícias falsas
As redes sociais estão cada vez mais sendo cobradas para combater as notícias falsas. Autoridades e a sociedade em geral pedem por ações efetivas, principalmente em casos de grande repercussão.
Entre eles, neste ano o Twitter baniu de sua rede o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A rede social alegou “risco de incitação a violência” para o ato, na mesma semana em que admitiu ter servido de palco de informação dos invasores ao Congresso norte-americano.
Por sua vez, o Google informou que em 2019 encerrou mais de 1,2 milhão de contas de veículos que violavam sua política. Também afirma ter retirado anúncios de 21 milhões de páginas em 2019. Mesmo assim, a empresa é apontada por financiar sites de notícias falsas por meio de anúncios, conforme pesquisa da Oxford.